quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O nascimento de um portal mágico para o mundo das histórias!

Queridos leitores!

Não sei se estranharam o meu silêncio! Lembrei-vos um balão que enche tão rapidamente que rebenta ao mesmo ritmo? Pois bem, o tempo foi necessário para definir um rumo para tão grande empresa como é um blog!
Bem, na realidade este tempo permitiu experimentar na pele algo que eu conhecia apenas dos livros académicos – a solidão!
É verdade! O tentar de novo longe de casa, longe da nossa família, dos amigos, da nossa rua que pelo cheiro a distinguimos das outras, enfim…sem todas as coisas que nos fazem sentir que pertencemos a algo, a solidão chega e rapidamente!

No meu caso passei por aquela que chamo de 1ª fase da solidão - o tédio. Aquela sensação de domingo à tarde com a segunda-feira à porta em que só nos dá vontade de fugir, e que sempre que nos vem à ideia que o dia está a terminar e que a segunda está a umas horas de se concretizar…haaaa!!! Pois bem, os meus dias começavam e acabavam assim! Até que dei por mim a criar histórias sobre tudo o que me rodeava, a criar conversas imaginárias entre as pessoas que passavam e a imaginar que o ambiente se agitava perante qualquer brisa, de tanta vida que tinha, ao ponto de ver um sorriso na quadrícula de madeira e vidro da porta do meu prédio! Talvez isto tenha acontecido não só porque durante todo o dia não tinha muito que fazer e a rotina tomava conta de mim, mas também graças ao intrépido e amoroso jovem, (aquele que decidiu partilhar os seus dias comigo até que a morte nos separe), que tem o hábito infantil e tão delicioso, de passar pelas coisas e dizer-me “Olha os olhinhos tristes deste monstrinho” (referindo-se ao ecoponto das garrafas aqui da rua). Parece-vos esquizofrenia? Qualquer parecença com loucura é pura coincidência!
Adiante!
Como boa alma lusitana que sou, acredito que a arte de contar histórias nos corre nas veias. Senão, vejamos os grandes contadores de histórias que recheiam as prateleiras das nossas bibliotecas! Bem, se é verdade que somos bons contadores de histórias, o mesmo julgo não podermos dizer como leitores (pelo menos para grande parte infelizmente)!Há livros que já passaram a fase do cotão para a fase do bolor! Mas isso já é outra história!
Bem, se a minha origem não justifica totalmente este meu gosto de contar histórias, a minha herança genética talvez. O meu pai, além de outras graças e virtudes, é um contador de histórias. Das minhas boas memórias de infância, tenho também as histórias que ele contava: As “histórias da boca”. Era assim que ele lhes chamava. Elas não eram mais do que histórias inventadas no momento, de acordo com o seu humor e a mensagem que nos queria passar! Lembro-me de uma história que eu insistentemente pedia que ele contasse e recontasse: a história da Margarida. Esta era uma história inédita e cheia de carácter, pois ao contrário desta, as outras histórias tinham direito a uma só estreia! Uma vez contada, uma vez solta ao vento – já não voltava! Mas a história da Margarida foi contada muitas vezes! Às vezes eu tinha de o ajudar a contá-la porque ele mudava a ordem de actuação dos animais! Coisas de pais! Esta história era como uma broa de mel (pra quem não sabe: a broa de mel é a mistura de muitas massas de bolos mas que no fim combinam todos): muitos milagres, animais falantes à mistura e onde não faltava obviamente a Margarida (que nem sequer era a heroína) e a personagem maléfica (admirem-se: o dono de um poço)!

Pois bem, perante esta introdução tão detalhada, os meus queridos leitores já se encontram em condições de entrar no novo capítulo de aventuras do meu blog a que humildemente chamo de “Histórias da Boca” em homenagem ao espírito criativo do meu pai. Diariamente encontrarão uma história original que poderá ter ou não o seu final nesse dia, mas que terá seguramente um fim à vista. Estas são dedicadas a todos os heróis comuns que um dia foram crianças ou para os que ainda o são e que guardam dentro de si o pozinho mágico da imaginação.

Preparados? Contagem: 10…9…8…7…6…5…4…3…2…1


Boa viagem!

2 comentários:

  1. Não acredito que te lembras da história da Margarida!!!
    Essa eu ainda alterei um ponto aqui e ali e conto á Ester ahahah!
    Quanto ao conhecido tédio, e solidão eu bem os conheço... somos amigos de longa data se assim o podes chamar. Se serve de algum consolo, com o tempo vão se tornar grandes amigos, e antes que te dês por ela, sentirás falta dela quando estiveres na presença de mais que 2 Lusitanos ao mesmo tempo ;)

    ik zou zeggen, hou je vast! het is maar net begonnen!
    x

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  2. Confesso que não me lembro da história da Margarida, mas em contrapartida lembro-me de muitas outras, de entre as quais algumas que incluiam andorinhas e pardais a esvoaçar :)

    Se reconheço tal talento ao nosso pai, reconheço sem dúvida o mesmo também a ti maninha, acrescido de um jeitinho particular em passar para a escrita o que te vai na alma e na memória.

    Fico a aguardar a primeira da saga que espero longa e recheada de tesouros ;)

    Arborim says Hi!

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